Yakult fecha operação de cosméticos no Brasil

A fabricante japonesa de alimentos Yakult fechou sua divisão de cosméticos no país, depois de quase uma década. Segundo a empresa, a área deixou de ser interessante por causa da crise econômica e da alta nos custos de importação de matéria-prima. A decisão foi tomada por questões estratégicas, uma vez que a Yakult do Brasil pretende concentrar todos os esforços comerciais na área de alimentos, principal negócio da companhia em todo o mundo, afirma Masahiko Sadakata, diretor-presidente da companhia, em entrevista ao jornal Valor Econômico.
A decisão foi tomada no fim de 2008 para ser implementada durante o ano de 2009, segundo informações que constam das demonstrações financeiras da Yakult Indústria e Comércio, publicado na semana passada. A empresa obteve receita de vendas de R$ 272,7 milhões em 2008, 15% acima do ano anterior, e um lucro líquido de R$ 28,1 milhões, 17% acima. Segundo ojornal, não há dados específicos sobre a divisão de cosméticos.

Em 2006, a Yakult contratou o executivo Alexandre Moraes, com passagens pela LOréal e Avon, para levantar a marca. A empresa tinha planos ambiciosos, que incluía uma fábrica exclusiva para cosméticos e a entrada em produtos profissionais, com objetivo de dobrar de tamanho. Em dez anos, a empresa trocou pelo menos três vezes de modelo de negócio. Começou com o modelo de marketing de rede (quando um revendedor indica o outro, em um esquema semelhante ao adotado pela Herbalife), depois passou a venda por meio de consultoras, a exemplo da Natura, e ainda tentou o modelo de reuniões domiciliares, comum na Avon.

Eles queriam retorno rápido e não tiveram paciência para esperar a maturação da atividade, algo fundamental quando se trata de venda direta, diz o consultor Marcelo Pinheiro, diretor da DirectBiz Consultants, que já atendeu a Yakult Cosmetics com treinamento de consultoras. Ainda segundo o jornal, outro erro foi não desenvolver, logo no início, suas fórmulas mais espessas, adaptadas à consumidora brasileira. A empresa também proibiu as cerca de 15 mil revendedoras do tradicional Yakult de revender os cosméticos da marca.

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