Fragrâncias naturais e digitalização fecham o Vollmens Business Meeting

Fragrâncias naturais e digitalização fecham o Vollmens Business Meeting

Nesta semana acontece o Vollmens Business Meeting, o encontro anual da casa de fragrâncias brasileira. Aqui em Atualidade Cosmética você acompanha todos os destaque das apresentações, que acontecem durante toda a semana, sempre as 10h e as 15h.

Fechando o Vollmens Business Meeting, na tarde da última sexta-feira, a perfumista trainee Juliana Tolotti e a coordenadora do laboratório de aplicação da casa, Mariana Luchesse, abordaram as tendências em fragrâncias naturais, veganas e sustentáveis.

A perfumista destacou o avanço e o uso cada vez mais regular da biotecnologia na obtenção de ingredientes sustentáveis, inspirados pela natureza mas desenvolvidos em laboratório. Ela exemplifica dizendo que hoje, já é possível encontrar moléculas obtidas à partir da cana de açúcar (renovável) e  que cheira a patchouli, além de muitas opções de cítricos e até uma molécula que cheira a sândalo.

Ao mesmo tempo, as tecnologias verdes tem ajudado as empresas a conceberem ingredientes mais biodegradáveis, que se degradam no solo sem impactar o meio-ambiente. Juliana contou que a Vollmens está trabalhando no desenvolvimento de uma coleção de fragrâncias 100% biodegradáveis, que dada a complexidade do tema, está em fase de estudos regulatórios.

Marina Luchesse, explicou as diferentes classificações e definições que envolvem os produtos naturais, veganos e sustentáveis, todos eles dependentes da definição de órgãos de certificação independentes, uma vez que essas classificações não estão previstas na leguslação e nos regulamentos brasileiros. 

Para um produto ser considerado natural, Marina explica que, de acordo com a Ecocert, uma das mais importantes certificadoras de produtos naturais e orgânicos, é necessário que a composição do produto conte com 95% de ingredientes naturais, no mínimo e não contenha nenhum ingrediente tido como proibido para garantir a classificação, incluindo aí fragrâncias sintéticas.


Matheus Pfifer, diretor da agência de marketing e publicidade Neurônio Adicional, abriu o último dia do Vollmens Business Meeting trazendo dados e insights relacionados com a aceleração digital e a importância de uma abordagem que faça uso dos ambientes online e off-line de forma inteligente, explorando o que cada um dos mundos oferece de melhor.

Para o publicitário, existem três tendências fundamentais que emergem neste momento de transformação: serviços mais acessíveis, empatia, além do e-commerce

“O e-commerce é uma obrigatoriedade, e não é de hoje”, lembra Matheus, mas que o canal foi ( e continuará) sendo acessado pela primeira vez, ou com mais frequência por um número muito superior de consumidores. Ele explica que o primeiro desafio para as plataformas de venda online, particularmente para novos usuários do canal, é ajudar o cliente a romper essa primeira barreira da compra inicial. Ele sugere que oferecer um produto ou serviço com preço de entrada, com ticket médio mais baixo do que a média da loja é algo importante para atrair e incentivar esse novo cliente. “Não é necessariamente algo mais barato, mas sim mais acessível”, reforça.

Com o isolamento social imposto, 61% dos consumidores, de acordo com dados apresentados pelo publicitário aumentaram o volume de compras realizadas e, também, ganharam peso, 3 quilos a mais em média.

Outro ponto que merece atenção das empresas é que, desde novembro de 2019, as vendas no ambiente digital via celular superaram aquelas geradas em desktops. Por isso, as empresas precisam focar muito para oferecer uma boa experiência de compras no ambiente mobile, que deve seguir ganhando espaço nos próximos anos.

Para as lojas físicas, ainda existem muitas oportunidades, a começar pela adentrar no mundo online (para aquelas que ainda não o fizeram). A logística do comercio digital ainda é um entrave grande no Brasil, e a recente greve dos funcionários do Correio reforçou esse gargalo, deixando claro que todas as empresas que operam nesse setor precisam ter sempre um plano B para lidar com rupturas nessa área. Durante o período da pandemia, as reclamações relacionadas com a entrega de produtos comprados nos canais digitais cresceram 400%.

 

Mas para Matheus, assim como para todos os especialistas de varejo, o ideal mesmo é a integração entre os canais físico e digital. Nos últimos meses, 67% dos consumidores descobriu uma nova forma de comprar que pretende manter após a volta à normalidade. Cada ponto de contato precisa ser valorizado, buscando sempre uma empatia, com o atendimento, não importa por quem e de onde esteja sendo feito, se coloque no lugar do cliente.


De volta ao Vollmens Business Meeting, a diretora de Marketing Global da Beautystreams, fechou  a agenda de quinta-feira falando sobre os novos rumos do mercado de fragrâncias, trazendo uma nova visão sobre a categoria em âmbito global, que vive momentos de questionamentos e reflexão sobre o papel que o uso de um perfume exerce.

Para ela, a perfumaria entre numa nova era que precisará combinar o bem-estar – algo que não um foco no processo de construção de um perfume em seus aspectos olfativos e de mercado –, aliada a uma base científica que permita às composições exercer papeis funcionais em relação ao humor e a saúde das consumidoras, e não apenas cumprir com o papel de perfumar.

Fernanda explica que no final de 2019, a Beautystreams apresentou cinco macromovimentos que, de alguma forma podem influenciar a categoria até 2025: “Human Next-Gen”, ou a nova geração de humanos e a forma como eles têm a confiança na ciência; “Dear Earth”, que nos leva a repensar a nossa relação e os impactos do nosso estilo de vida com o meio ambiente; o “Whole-istic Self”, uma busca por melhores condições de saúde, imunização e segurança, “Society Recoded”, que nos traz de volta ao tema da empatia e traz a tona questões de ordem social; e o “X-Realities”, que representa a busca pelo escapismo.  São impactos de longo prazo impulsionados por mudanças sociais e pela evolução em campos como ciência, cultura e tecnologia. Esses movimentos foram atualizados para incorporar as acelerações em muitas dessas frentes geradas pela pandemia.

São movimentos que impactam, por exemplo, a indulgência representada pelo mercado de luxo, e o perfume é, em grande medida, parte desse contexto. “Tem sido um padrão em momentos de crises anteriores, o consumo do luxo acessíve (e o perfume se enquadra muito bem nesse papel), mas a própria definição do luxo mudou e com ela a noção de indulgencia que esse tipo de produtos oferece”, explica a executiva.

Dentre os pilares que sustentam esse novo momento para o mercado de perfumaria, Fernanda destacou o Neo Artisan, que traz de volta o valor da criação, da autenticidade, da proximidade (e da empatia, por consequência). Como o momento é de comprar menos, mas comprar melhor, o minimalismo é a nova palavra de ordem, com o foco no essencial, o que contrapõe o fato de o mercado global de perfumaria ser saturado com com 2900 lançamentos por ano.

Essa busca por simplicidade não deve ser confundida com austeridade. Marcas têm investido em novas formas de experimentar cheiros, em novas bases, como o álcool a base de trigo e formatos alternativos numa busca pela singularidade.

Nesse cenário, o laboratório de criação de fragrâncias ganha um novo status, tal qual um atelier de alta cultura. Instagramáveis, esses ambientes ganham um novo papel na construção da imagem e da história, ajudando a traduzir o trabalho artístico e artesanal da criação de uma fragrância.

O outro pilar apontado por Fernanda, o ScentCeuticals, fala justamente da busca por serenidade e bem-estar, com as fragrâncias ajudando a promover o equilíbrio e um novo tipo de bem-estar, mais experimental. Num cenário no qual o papel social da fragrância e sua própria razão de existência se tornam questionáveis, aqui, a fragrância tem mais a ver com funcionalidade, introspecção e com se sentir bem consigo mesmo (algo que já é afeito ao consumidor brasileiro, mas nem tanto para o publico da América do Norte e da Europa, por exemplo).

As fragrâncias passam a perseguir um aspecto mais funcional, numa ligação mais próxima com a saúde e a medicina. “No desenvolvimento, os ingredientes deixam de ser pensados apenas à partir das suas propriedades olfativas, mas também das suas propriedades que podem gerar efeitos físicos e organolépticos nas pessoas”, pontua Fernanda, para quem, marcas que dominarem como ativar os neurotransmissores que ativam sensações de felicidade poderão se valer largamente desse apelo junto aos consumidores.

Na mesma linha, o pilar Mental Health, traz a evolução da beleza, que passa a ter uma abordagem mais serena, dando à fragrância um novo papel numa rotina mais holística. Junto com a ciência, a nova personalização deixa de ser só sobre o cruzamento do gosto olfativo com o consumidor e migra para uma busca por encontrar um perfume que combine com o DNA e o código genético, além de acelerar as funções cognitivas por meio da sinergia dos perfumes.

O uso de tecnologia, algoritmos e inteligência artificial irão ajudar a reinventar muitos aspectos relacionados com o desenvolvimento e a venda de fragrâncias. Falando sobre o pilar Fragrance Tech, Fernanda diz, por exemplo, que a partir do entendimento dos humores do consumidor por meio do uso de reconhecimento facial aliado com outras tecnologias, será possível estabelecer combinações de fragrâncias para aquele consumidor. Ao mesmo tempo, é preciso que as novas ferramentas digitais sejam utilizadas com moderação, a fim de evitar o estresse digital que também impacta nossa saúde mental.

O último pilar apresentado por Fernanda, Reinventig Retail, fala da necessidade do varejo de oferecer espaços seguros e aspiracionais, criando momento de fugas e escapismos para os clientes. Além disso, a oportunidade de alcançar o público em lugares especiais, como os hotéis, onde as marcas serão capazes de capturar o olhar dos consumidores em momentos diferentes, devem receber mais atenção.


Capuzzo, gerente de Marketing da fabricante de matérias-primas Lonza, abriu o penúltimo dia do Vollmens Business Meeting com uma série de insights relacionados aos novos hábitos de vida e consumo dos consumidores.

A executiva apontou que já existia uma geração indoor, que graças ao acesso digital facilitado a uma série de serviços que permitem receber tudo sem sair de casa. Naturalmente, a pandemia resultou no aumento dessa presença em casa, o que reforçou a busca por produtos que oferçam de um lado conveniência e, de outro, performance no combate a vírus e bactérias. “O consumidor brasileiro passou a entende a diferença entre limpeza e desinfecção. E ele está disposto a pagar um pouco mais para garantir a segurança de que suas mãos ou sua casa estão ‘livres’ de vírus e bactérias”, diz a executiva, lembrando que os sabonetes antibacterianos, por exemplo, tiveram um boom de consumo muito superior aos dos sabonetes convencionais.

Responsável por 80% das infecções causadas por contaminação de acordo com a Organização Mundial da Saúde, as mãos passaram a ser a área do corpo de maior evidência durante a pandemia. “O primeiro passo quando se fala de suto e pandemia é realmente falar sobre a higienização das mãos. É isso que evita o aumento nos número de contaminação”, lembra Nadia. Por isso, 77% das pessoas aderiram às novas rotinas de segurança e cuidados com as mãos.

Ainda assim, a ansiedade entre os consumidores em relação aos riscos de contaminação é alta, ainda que as pessoas estejam voltando a visitar restaurantes e outros ambientes, elas ainda não se sentem seguras, o que torna a experiência mais tensa e menos prazerosa. Daí a importância da disponibilização de sanitizantes e lenços para mãos e superfícies serem disponibilizados pelos estabelecimentos, e também pela indústria, em formatos práticos e de fácil aplicação para diminuir essa tensão. Nadia lembrou que formatos diferenciados como lenços umedecidos e espumas sanitizantes para as mãos tem caído no gosto dos consumidores, que também buscam produtos que sejam menos agressivos à pele.

Missão educadora
Existe uma oportunidade grande para as marcas da categoria, que podem exercer um papel importante de explicar aos consumidores sobre os micro-organismos que podem contaminar as pessoas e as consequências dessa contaminação, ao mesmo tempo em que reforçam a educação sobre a importância de se lavar as mãos corretamente. E as marcas devem lembrar aos consumidores que ainda existem muitos vírus de alta letalidade no mundo e que poderiam ser minimizadas com a correta lavagem das mãos, caso da H1N1, que ainda ceifa 600 mil vidas ao ano no mundo todo.

Em termos de canais, Nadia destacou além do crescimento do canal online – 13% dos brasileiros compraram online pela primeira vez neste ano –, o dos mercados de bairro e farmácias, cujo fluxo de visitantes de agosto para setembro avançou 15%, enquanto ambientes como shoppings e outros varejos, ainda operam em campo negativo.


Com investimentos de R$ 2 milhões, Vollmens lança fragrâncias microencapsuladas



Uma das apresentações mais aguardadas do Vollmens Business Meeting aconteceu na tarde de quarta-feira, quando o gestor de Tecnologia e Inovação da casa brasileira, Sérgio Galucci, apresentou com exclusividade para os clientes da empresa, as Voll Caps, a tecnologia de microencapsulamento de fragrâncias exclusiva da Vollmens.

Foram dois anos de desenvolvimento, que consumiram investimentos de R$ 2 milhões de reais e a produção de 1500 microcápsulas para o processo de aprimoramento da tecnologia, que resultou em um processo exclusivo de polimerização – o processo do microencapuslamento – que é realizado dentro da fábrica da Vollmens em Saltinho, no interior de São Paulo.

Um dos mais respeitados profissionais técnicos do mercado, com mais de 25 anos de atuação na área de pesquisa e tecnologia de casas como IFF, Natura (na qual foi responsável pela pesquisa dos óleos essenciais exclusivos da empresa) e Givaudan, Sérgio chegou à Vollmens como consultor, especialmente para conduzir o desenvolvimento das Voll Caps e, desde o ano passado, responde por toda a área de P&D da empresa brasileira.

O encapsulamento da fragrância oferece maior estabilidade e proteção aos ingredientes, garantindo que o perfume possa ser entregue  por até seis meses após a sua aplicação numa roupa, por exemplo, algo impossível para um produto com fragrância tradicional, cujas matérias-primas voláteis, se dissipam no ambiente.

Embora sejam utilizadam de forma comercial pelo mercado de fragrância desde 2004, as tecnologias de microencapsulamento de fragrâncias sempre foram dominadas pelas grandes casas multinacionais, o que sempre deu a elas (e aos seus grandes clientes) uma vantagem competitiva importante, particularmente nos mercados de amaciantes e detergentes para roupas, que de acordo com dados da IFRA, órgão de autorregulação do mercado global de fragrâncias, responde por algo entre 80% e 90% do consumo de fragrâncias encapsuladas no mundo todo.

Em que pese o foco inicial nesses dois segmentos, a Vollmens tem planos de expandir a tecnologia para aplicação em outros segmentos, em especial os de higiene pessoal e beleza. “Acredito que com esse desenvolvimento, a Vollmens dá um passo muito grande no mercado. Diria que ela entra para a Champions League”, disse o mestre-perfumista Paulo Fonseca, em referência ao principal torneio de clubes de futebol do mundo.

Responsável pela criação da coleção de fragrâncias microencapsuladas da casa brasileira, Paulo explicou que a lógica da criação de uma fragrância que será encapsulada é diferente da utilizada no processo tradicional de criação de um perfume, que coloca o desenho da emoção em primeiro lugar. “O perfume para cápsula obedece primeiro a uma busca por materiais que ofereçam determinadas condições físico-químicas. Só depois de atestadas essas condições é que vem a emoção, que tipo de perfume eu quero criar”, contou o perfumista.

Em resumo, não é qualquer criação que pode ser encapsulada. Mas Paulo, trabalhou ao longo do processo de desenvolvimento para criar uma coleção de fragrâncias que abarca um amplo espectro olfativa, com temas florais, frutais, cítricos, aromáticos e até uma inspiração do Oud, um ingrediente celebrado pela perfumaria fina mundial, reinterpretado para a aplicação em cápsulas.

Sérgio Galucci explica que o desafio do encapsulamento está não só na escolha da combinação de fragrância com o material escolhido para realizar o microencapsulamento, mas o próprio processo de encapsulamento, que é onde a Vollmens mais aportou recursos no decorrer do processo. Além da estabilidade do material, a performance das fragrâncias desenvolvidas por Paulo para a Vollmens foram largamente testadas para responder ao gosto dos consumidores brasileiros.

Para a apresentação, a Vollmens enviou aos seus clientes duas toalhas, lavadas com amaciantes formulados com Voll Caps em 25/9. Durante a apresentação, Sergio demostrou a performance da tecnologia. Ao abrir o saco e sentir a toalha diretamente, é possível sentir um leve perfume, que “explode” quando se fricciona levemente a peça.


Em apresentação exclusiva para clientes na terça-feira (20/10), durante o Vollmens Business Meeting, a casa de fragrâncias brasileira apresentou uma coleção de fragrâncias em diferentes formatos de aplicação baseada no conceito Empatech, desenvolvido pela consultoria BeautyStreams.

No Empatech, os consumidores usam seu poder de compra para criar um mundo melhor, por meio de escolhas de consumo mais conscientes. Produtos baseados nesse conceito usam a tecnologia como ferramenta para avançar em valores como sustentabilidade e bem-estar por meio do uso de ingredientes naturais e bases científicas.

Os cinco pilares que nortearam os desenvolvimentos da Vollmens por meio desse conceito foram: tecnologia humanizada, tecnologia limpa, texturas sustentáveis, mistura da natureza e ciência e ingredientes sustentáveis. Já a paleta de cores traz equilíbrio natural entre tons de neutros e pasteis.

Para a casa brasileira, em termos olfativos o conceito Empatech pode ser traduzido por meio de fragrâncias livre de alergênicos, veganas e sustentáveis. O bem estar é as notas olfativas reforçam o conceito de naturalidade e suavidade. “A experiência central em torno dessa tendência faz alusão a um belo jardim.  As flores e plantas nesse ambiente nos ajudam a trazer de volta ao equilíbrio por meio do minimalismo”, explica Cristiane Torina, gerente de Projetos da Vollmens.

O time de criação da Vollmens desenvolveu fragrâncias à partir de três pilares que ajudam os consumidores a explorar uma viagem por esse belo jardim. Os clientes da casa receberam um kit com diversos produtos, em diferentes aplicações, para experienciar a viagem pelo jardim durante a apresentação online.

O primeiro é o Sopro de Vento, um movimento de início, inspirado pelos ventos que ajudam na polinização e na fecundação do jardim. Nesse pilar, foram apresentados produtos alternativos ao álcool gel tradicional, como uma versão com esferas hidratantes, com perfume floral fresca; spray sanitizante para as mãos, de aroma floral frutal mais aquático, ozônico e levemente verde na saída; e um neutralizador de odores com fragrância aromática frutal, de fundo verde e úmido. Nesta mesma linha de inspiração olfativa,  o creme facial antiluz azul traz uma composição floral verde, com notas aquosas, mas de residual leve e agradável.

Sol de Primavera, o segundo pilar criativo da coleção, faz referência ao Sol, que aquece e faz florescer. Aqui, o higienizador co-wash silicone free tem fragrância floral gourmand, com nota de cabeça de coco e pêssego. Já o sabonete cremoso hidratante para as mãos, aposta nas notas de florais brancos, com o narciso e a tuberosa dando um toque verde à composição.

Fechando, a Cura da Terra, estabelecer bases sólidas para a procriação da vida, traz fragrâncias de base mais sólidas e que se conectam com o lado mais divino e oculto e trazem  o poder curativo de uma floresta. No sabonete facial masculino, as notas aromáticas de saída evoluem de forma intensa com vetiver e dose extra de âmbar. Já a obra de arte perfumada, com a qual a Vollmens presentou seus clientes, tem uma fragrância amadeirada aromática, com o refinamento do sândalo. Aromática e leve na saída, ela tem um fundo mais denso de madeiras secas e notas ambaradas.

Na sequência, a coordenadora do Laboratório de Aplicação da empresa, Marina Luchese explicou cada formulação dos produtos apresentados para os participantes, que agregam valor e funcionalidade aos produtos, em linha com o que os consumidores esperam da indústria.


Abrindo o segundo dia do Vollmens Business Meeting, a diretora da consultoria de tendências Beauty Streams, Fernada Pigatto, mostrou os macromovimentos identificados pela empresa e que ajudam as empresas a conectar e esmiuçar diferentes tendências e ajudam a gerar insights para a indústria de beleza mundo afora.

A primeira grande tendência apontada na apresentação foi a do movimento anti-ansiedade, para lidar com essa condição psicológica que é tida como um dos grandes mal deste século e que vem afligindo sobremaneira as gerações mais novas, que já nasceram sob um bombardeio de informações e estímulos que gera um alto grau de ansiedade. Para combater esse problema, parte da sociedade vem adotando mais práticas de relaxamento de origem oriental. A nostalgia também é apontada como uma válvula de escape, com o ressurgimento de ícones do passado, que remetem consumidores há um tempo de menos preocupações. Para a indústria, o movimento anti-ansiedade oferece oportunidades para a criação de produtos e coleções com ídolos do passado, além do desenvolvimento de produtos para SPA caseiro e de perfumes e aromas que ajudem a melhorar o humor e conter a ansiedade.

O movimento Empatic Lux, traz um novo olhar para um novo consumidor de luxo, mais conectado com o social. Esses abastados consumidores passam a ver na filantropia também um meio de obter status. Consumidores de luxo ainda buscam uma autossatisfação, mas essa nova geração de consumidores – mais engajada em temas como política, equidade e meio ambiente – querem gastar seu dinheiro com marcas de qualidade superior, mas fazendo isso com a consciência limpa. As oportunidades para a indústria nesse caso são óbvias: abraçar causas filantrópicas, mas fazendo isso de forma genuína e transparente. A afiliação a propósitos e causas sociais é um dos motivos que ajuda a explicar o sucesso de muitas indie brands, que não raro, tem um conjunto dessas causas incutidas no seu DNA.

Para um mundo cada vez mais individualista, fazer a micro segmentação de consumidores é essencial, inclusive para as grandes empresas, que precisarão encontrar formas de atender a grupos cada vez mais específicos. Por conta disso, para Fernanda, esse movimento demanda das marcas menores que elas busquem se diferenciar das gigantes por meio dos seus posicionamentos em temas sociais e da busca por um estilo próprio, desenvolvendo produtos com reivindicações específicas.

Movimentos como os de cosméticos para mente, clean – no qual o natural encontra a segurança, seguem fortes no mercado. A hibridificação, com a maior multifuncionalidade dos produtos, também é uma tendência antiga, mas que vem se confirmando e avançando, tornando cada vez mais tênue as linhas entre as categorias, fazendo com que o ponto de entrada deixe de ser a categoria e passa a ser a textura, o ingrediente ou a funcionalidade do produto.

Já os movimentos good vibrations – que combina uma nova geração de dispositivos de beleza capazes de tornar mais efetivas a performance de ingredientes naturais tecnológicos, por exemplo –, e high on hormones – que olha para a questão das alterações hormonais das consumidoras, são menos conhecidos e debatidos dentro do mercado brasileiro de beleza, oferecendo um grande espaço em branco para marcas dispostas a apostar nesses importantes drivers de consumo.

EMPATECH
A conexão desses movimentos permitiu a construção do conceito Empatech, que representa a fusão entre a ciência e a natureza, com um toque humanizado.

Essa abordagem traz novos ativos tecnológicos que combinam avanços da ciência com ingredientes limpos, naturais e ecológicos. De acordo com Fernanda Pigatto, os produtos que se apoiam nesse conceito trazem uma química limpa, se concentram em formatos inovadores de cuidados com a pele e os cabelos e trazem sempre um elemento de bem-estar no marketing. As texturas são suaves e confortáveis e os ingredientes biodisponíveis, que sejam facilmente absorvidos pela pele. Potencializadores naturais de humor, vitaminas – que trazem a questão de proteção e reforço da imunidade, ervas e plantas naturais figuram entre as possibilidades de ingredientes utilizados nesse conceito.

Impactos da pandemia
Falando rapidamente sobre a pandemia e novos produtos que surgiram nesse contexto em particular, Fernanda destacou as fragrâncias switch off & on, que vão além do cheiro e incorporam elementos de autocuidado e funcionalidade, oferecendo benefícios que desencadeiam boas sensações e ajudam o consumidor a ligar ou desligar dentro do seu dia.

Numa linha parecida, produtos que acalmam o corpo e a mente, com mais pessoas abraçando rituais que aliviam a ansiedade, o que reflete na maior busca por produtos com funções calmantes. Essa busca deve continuar no futuro.

Por fim, o comportamento empático, que vai além do cruelty free ou do vegano. “A memória da pandemia será longa”, lembra a diretora da Beauty Streams, lembrando que os consumidores vão se lembrar de como as marcas trataram seus funcionários e apoiaram a comunidade nesse período.


Analista Senior de Beleza e Personal Care da consultoria britânica Mintel, Amanda Caridad trouxe na apresentação da tarde de segunda-feira (19/10) insights sobre os impactos que a pandemia gerou no consumo e no uso das categorias de beleza e cuidados pessoais.

A consultoria listou sete drivers que vão influenciar as escolhas e o comportamento do consumidor até 2030: Wellbeing (Bem-estar), Rights (Direitos), Value (Benefícios), Identity (Identidade), Experience (Experiência), Surrounding (Arredores) e Technology (Tecnologia), cada um desses sete drivers é composto por quatro pilares subjacentes.



Antes da pandemia, drivers como Bem-estar, Direitos, Tecnologia e Arredores (que trata da conexão de consumidores com o ambiente externo) se destacavam junto aos brasileiros.

Para as categorias de cuidados pessoais, pilares como bem-estar físico e proteção (esta no driver Direitos) eram destaque ao lado de temas como ética e sustentabilidade no driver Arredores, além do pilar prazer, em Experiência. No pós-pandemia, apesar dos impactos, os drivers não mudaram. Apenas o pilar de conveniência, parte do driver Value. Assim como aconteceu com várias outras tendências durante a pandemia, essa foi uma das que se acelerou no mercado.

Para as categorias de beleza, a dinâmica é a mesma. Além de compartilhar com as categorias de personal care os pilares de ética, sustentabilidade e prazer, o consumidor se sente atraído nessas categorias pelos pilares de bem-estar fisiológico, individualidade e auto-expressão. Assim como aconteceu nas categorias de cuidados pessoais, ética deixou de figurar entre os pilares mais citados, embora o pilar de conveniência também não figure entre os que se destacam nas categorias de beleza.

Amanda destacou o avanço na oferta de produtos do tipo “faça você mesmo/faça em casa”, o que abriu oportunidades para novas marca nascidas na pandemia além de permitir uma maior aproximação das marcas junto aos seus consumidores. Entre os produtos destacados pela analista e que cumprem bem essa missão, estão o lançamento da linha GE Beauty, da influencer Camila Coelho e que permite aos consumidores fazerem a sua composição por meio da misturinha de diferente boosters; e uma coleção lançada pela Boots, rede de farmácias britânicas, que oferece quatro experiências para rituais de mindfullnes.

Do impacto em relação ao meio ambiente e à comunidade, com transparência, a Mintel destacou a marca UpCircle, com esfoliantes feitos dos restos de borras de café recolhidos em cafeterias na cidade de Londres.

Traduzir as experiências do mundo físico para o digital (e vice-versa) é um dos grandes desafios no que diz respeito ao driver de Expeiências. No Japão, a Shiseido desenvolveu um equipamento que permite diagnosticar e realizar a escolha de uma base sem a necessidade de contato com o produto.

Resultados diferentes
No curto e no médio prazo, as realidades vividas pelas categorias de cuidados pessoais e as de beleza, são bem distintas. Enquanto para as categorias de beleza, como maquiagem e esmaltes, o impacto de curto prazo foi, segundo a classificação da consultoria, negativo ou grave, para cuidados pessoais, eventuais quedas se deram muito mais em função da indisponibilidade de produtos por conta de rupturas, fruto do crescimento acelerado e concentrado de algumas categorias diretamente relacionadas à prevenção da covid-19.

Ao final de 2020, com a retomada do convívio social e mais pessoas saindo de casa, a Mintel acredita que pode ter início uma recuperação, com destaque para produtos como maquiagem para olhos e fragrâncias com foco em bem estar e relaxamento. No longo prazo, de um até dois anos, acredita—se que as categorias conseguiram retomar aos patamares anteriores à pandemia, com as marcas atendendo às novas necessidades do consumidor por bem-estar emocional.

Em personal care, espera-se níveis quase normais de uso, com aumento do consumo de sabonetes e desinfetantes na medida em que a exposição externa deve aumentar muito até o final do ano. 83% dos brasileiros estão lavando as mãos com mais frequência, sendo que 39% da população está usando mais sabonetes antibacteriano e 25% estão preferindo o sabonete líquido a versão em barra, por uma questão de facilidade  e higiene. Os dados são de uma pesquisa da consultoria britânica realizada entre o final de maio e o início de junho de 2020.

Só que junto com a maior exposição vêm o medo. Numa pesquisa realizada em setembro deste ano pela própria Mintel, 70% os brasileiros se dizem preocupados com o risco de exposição à covid-19 e 45% se preocupam com a sua situação financeira. Esse é outro ponto para o qual Amanda chamou atenção em sua apresentação. “Já em dezembro de 2019, 29% dos brasileiros diziam cuidar da sua beleza quando se sentem ansiosos ou estressados”, disse a especialistas, reforçando  a conexão entre o uso dos produtos e a saúde emocional.


Responsável pela primeira apresentação do evento, a gerente de Marketing da Vollmens, Patrícia Shimojo, iniciou sua apresentação fazendo um recap dos principais dados do mercado em 2019. O consumo de produtos de beleza e higiene pessoal no país, superou os US$ 29 bilhões, de acordo com dados da Abihpec, mantendo o país na quarta posição do ranking global de consumo de produtos de beleza.

As boas expectativas para o mercado que marcavam o início do ano foram atingidas pela pandemia, desacelerando o bom momento de categorias como a de perfumaria, que havia crescido 5% em 2019 na comparação com 2018 e cuja expectativa de crescimento anualizado até 2024 era de 6%, de acordo com dados da Euromonitor.

Como lembrou a executiva da Vollmens, as categorias do mercado de beleza costumam estar entre as menos prejudicadas no ambiente de consumo e, também, as que apresentam recuperação mais rápida, o que abre um bom espaço de oportunidades para as empresas.
Patrícia apresentou algumas inovações recentes do mercado, como o cheiro digital da Noar, que permite carregar dentro de um tablet 20 fragrâncias diferentes que facilitam a experimentação sem a necessidade de papel, fitas olfativas e, também sem resíduos no ar. Outra novidade apresentada neste ano é uma fragrância feita com extratos totalmente naturais e álcool orgânico que, além de poder ser usado na pele, também pode ser aplicado para aromatizar alimentos como drinks, molhos e massas. O avanço das influenciadoras que deixam de ser apenas endossadoras de marcas para ocuparem o mercado com as suas marcas também foi um ponto destacado pela gerente de Marketing da Vollmens, com nomes como Camila Coelho e Bruna Tavares, lançando e avançado com suas linhas própria. A linha BT Skin, de Bruna Tavares, é hoje a marca local que oferece a maior quantidade de tons de pele do mercado local.

Olhando para frente, futuro
A saída gradual da quarentena, com idas e vindas e sem um padrão definido irão determinar muito sobre como as economias e os consumidores ao redor do mundo vão se portar. Citando estudos da Nielsen, Patrícia lembrou que os impactos sociais da pandemia vão variar de acordo com as condições dos diferentes extratos da população. Consumidores protegidos ou blindados, aqueles com bons contratos de trabalho e pouco risco de perder o emprego e, principalmente, renda, mantiveram ou até mesmo ampliaram o consumo indulgente. Sem poder gastar com viagens, passeios e restaurantes, esses consumidores puderam buscar por novas experiências em termos de consumo e marca, Por isso, esse é tido como um ótimo momento para industrias  varejistas apresentarem inovações para esse público, que busca praticidade e funcionalidade, ao mesmo tempo em que começam a reorientar seus valores em relação ao seu próprio padrão de consumo. Pesquisa realizada pelo instituto Qualibest mostra que os termos: consciente, cautela, comedida, controlada e cuidadoso são os mais citados em relação ao futuro do consumo por esses consumidores, que agora estão se questionando sobre o que eles realmente precisam ter no armário.

Entre as tendências, a volta ao básico está sendo mais valorizado, em particular no convívio familiar e com as pessoas. Era uma tendência que já vinha de um tempo atrás, mas que está mais forte agora. Outra tendência que já vinha forte e foi mais acelerada, é a revolução verde e clean beauty, com consumidores mais exigentes em relação a sustentabilidade e ao respeito das marcas ao ambiente e ao social.

Na ponta oposta, o consumidor impactado ou restringido, aqueles que perderam emprego e/ou renda por não poderem trabalhar, passando a depender em larga medida de auxílio governamental, buscam por produtos mais baratos. O preço é o principal fator na determinação da escolha de uma marca. E as pesquisas mostram que esse consumidor só costuma retornar ao normal quando ele se restabelece economicamente.

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