Clássicos da perfumaria - Kaiak: potência engarrafada

Lançado em 1996 pela Natura, a fragrância Kaiak é um fougère fresco que celebra o movimento na vida do homem e se mantém mais viva do que nunca no espírito aventureiro masculino
 

Para toda fragrância existe um termo emblemático para simbolizá-la. Movimento é o termo principal de Kaiak, um perfume desenvolvido e lançado pela Natura em 1996, que estimula o homem a se movimentar e a fazer isso em ambientes abertos. Mais do que isso, a marca crê que, ao colocar o corpo em ação, o homem vive um momento de conexão consigo mesmo, entrando em contatos com suas potencialidades, forças e, porque não, com suas fraquezas também.

Com personalidade olfativa marcante, Kaiak foi criado pelo perfumista Eurico Mazzini, hoje na Drom, mas que, à época, trabalhava na Quest, casa de fragrâncias britânica, comprada pela Givaudan em 2006. Sua criação perfumística foi selecionada pela principal companhia da venda direta brasileira entre diversos outros trabalhos de perfumistas de casas que responderam o briefing. Durante o processo, segundo Eurico, surgiram várias rotas alternativas para o mesmo tema, que girava em torno da síntese de dois conceitos:  potência e risco.

“O processo de criação do Kaiak foi inesquecível e, ao mesmo tempo, sem muita pressão, pois não havia grandes expectativas em torno dele. Podíamos criar perfumes sem a preocupação de sermos redondos e equilibrados”, revela o perfumista. Ele lembra que o projeto inicial era voltado aos jovens, homens ativos e amantes de esportes radicais. Por isso, o consenso para criar a fragrância tem a ver com tudo aquilo que é rápido, energético e forte.

Dessa forma, a inspiração para Eurico veio da natureza, da força e dos próprios esportes radicais ao ar livre, mesmo sabendo que o perfume seria para uso urbano. “A ideia foi criar acordes que entregassem às pessoas a mesma energia e adrenalina desses esportes”, diz Eurico. E a alquimia deu certo:  Kaiak continua sendo um sucesso até hoje, mesmo 17 anos depois de seu lançamento. Um clássico que já fez com que a Natura relançasse uma nova versão da fragrância original, com uma roupagem diferente. Isso, sem falar dos lançamento de flankers , como o Urbe, o Pulso, o Aventura e até uma versão feminina.

O primeiro de uma geração
Um perfume diferente, à frente de tudo o que existia quando foi lançado. Assim Eurico Mazzini define a criação de Kaiak, cujo caminho olfativo é fougère fresco. Em suas notas de saída, ele traz ingredientes como bergamota, limão, cassis, gálbano e mandarina. Enquanto isso, o corpo de jasmim, gerânio, madeiras transparentes, muguet e flor de laranjeira se sobrepõe ao fundo que combina âmbar, musk, sândalo e musgo de carvalho.

“O Kaiak original tem overdoses de vários ingredientes novos para a época. Ele foi o primeiro perfume no Brasil a usar grandes quantidades de madeiras transparentes e musks, combinados com uma saída extremamente forte, em que alguns ingredientes aquosos e verdes aparecem como ‘pontas’. O resultado é uma saída extremamente forte, sustentado pelo corpo amadeirado, que mesmo tendo muitas madeiras e musks, se mantém fresco o tempo todo, sem grandes preocupações com o equilíbrio”, explica Eurico.

A embalagem também recebeu atenção especial por parte da Natura. Com uma tampa que abre lateralmente, ela faz lembrar o movimento da vela de um barco. Já o ombro, que reveste o topo do frasco, faz alusão ao formato de um caiaque. O frasco tem desenho com laterais espelhadas a partir do eixo do frasco. Quando passou pela reformulação em 2009, a embalagem do Kaiak clássico passou a contar tampa transparente, ombro metálico prata e vidro, também transparente, com pintura azul no fundo.

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