Distribuição seletiva: além das fragrâncias

Distribuição seletiva: além das fragrâncias

O mercado brasileiro de distribuição seletiva ainda é altamente dependente da categoria de fragrâncias, que ainda é o que faz o negócio girar no Brasil. Mas, na medida em que o mercado local se desenvolve, as outras categorias começam a ganhar espaço. Nos mercados mais desenvolvidos, skincare é a maior categoria, seguida pela de maquiagem e para Christian Campillo, diretor Comercial da L’Oréal Luxo, essas duas categorias vão crescer muito no Brasil nos próximos anos, impulsionadas pela chegada de novas boas marcas.

Além de maquiagem, que vem ganhando um pouco mais de espaço faz algum tempo, a grande oportunidade de crescimento recai sob os itens de skincare seletivo. “De 2019 para 2018 o mercado de skincare roubou market share tanto de maquiagem quanto de perfume”, conta Andrea Olim, gerente de Marketing da Shiseido, que acredita que a pandemia tem potencial para ajudar a desenvolver o mercado de skincare.

A maioria das empresas no mercado sempre teve foco no negócio de fragrâncias e a perfumaria é uma categoria destino na distribuição seletiva, que pode ser comprada em qualquer lugar. Já o negócio de skincare, particularmente no mercado seletivo, depende muito da educação das consumidoras e do atendimento no ponto de venda. Maquiagem e skincare, principalmente, são as categorias que geram experiência e fidelizam os consumidores. “A parte do serviço é muito importante para essas categorias. A pessoa precisa entender a função e o uso de cada produto”, lembra Campillo, da L’Oréal. Ele diz que vem trabalhando com os lojistas para trazer essas categorias mais para frente das loja, em especial a de maquiagem, cujas vendas por impulso são relevantes.

A Casa Parente hoje trabalha com linhas de maquiagem masstige. Mas, no passado, a varejista já expos em suas lojas maquiagens e produtos de skincare de marcas como Dior, Yves Saint Laureant e Guerlain. “Pelo nosso posicionamento, até que tínhamos uma venda razoável, mas que não justificava nem o nosso investimento e nem o do fornecedor nos móveis e no atendimento especializado”, diz Lívio Parente. Especialmente no caso de maquiagem, a maioria das marcas girava bem apenas 20% do portfólio, o que acabava comprometendo muito o resultado final.

Já no negócio de skincare, o crescimento da categoria vem muito de pessoas que estão começando a usar os produtos e introduzindo outros novos a suas rotinas, e não de uma troca de marcas ou canal. Para Andrea, da Shiseido, as máscaras foram importantes para criar o conceito de cuidar da pele, em especial junto ao público jovem. Ela também acredita que a brasileira ainda não tem uma cultura de prevenção e que quando o problema aparece ela corre para a dermatologista. “Essa nova geração vai ser mais criteriosa”, acredita Andrea. E foi olhando para essa nova geração que a Shiseido lançou há três anos a linha Waso, totalmente pensada para os millenials e que quebrou paradigmas para a tradicionalíssima marca japonesa. Lançada na Sephora, a linha tem permitido recrutar novos clientes de skincare para a marca

Outra iniciativa de expansão do mercado de skincare empreendido pela Shiseido é o trabalho em parceria com a distribuidora BIM, para levar um mix reduzido de proteção solar da marca para as perfumarias independentes. Até o final do ano, o objetivo é que o projeto alcance 200 portas. Para Igor Bacchi, diretor da BIM, as perfumarias independentes oferecem potencial para o mercado de skincare, mas as marcas precisam entender isso.

De acordo com a Segmenta, um movimento que já vinha forte e se acelerou durante a pandemia foi o de Wellness. “´É uma tendência forte e de grande importância para o mercado de beleza”, conta Ana Secatto, gerente de Projetos da Segmenta, que lembra que redes como a Sephora estão investindo muito na área. “Cruzando isso com os resultados dos nossos painéis, enxergamos uma grande oportunidade para itens como máscaras faciais e para os cabelos. Tem muita gente apostando nisso”, conclui Ana.

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