L'Oréal considera vender marca The Body Shop

L'Oréal considera vender marca The Body Shop
Pouco mais de dez anos após ter adquirido a rede de lojas britânica da The Body Shop por 758 milhões de Euros, a L'Oréal estaria disposta a negociar a marca de cosméticos naturais, de acordo com informações do diário inglês Financial Times. A companhia de origem francesa estaria considerando vendê-la por 1 bilhão de euros. O FT informou que há interessados.

O grande motivo para justificar o desejo de negociação seria o mau desempenho das vendas da The Body Shop ? que conta com mais de 3.000 pontos de vendas em 66 países ? nos últimos anos. Desempenho este que tem ido na contramão da performance apresentada pelas demais divisões e unidades de negócio do Grupo L'Oréal. 

No primeiro semestre de 2016, foi registrado uma queda de 0,6% nas vendas da The Body Shop, além de um considerável aumento nas perdas operacionais no período. Segundo o grupo, essas dificuldades se deram por conta da desaceleração na economia dos mercados de Hong Kong e Arábia Saudita, além dos investimentos em expansão em mercados-chave, como Reino Unido, Austrália e Canadá.

No Brasil, a primeira loja da The Body Shop foi inaugurada em outubro de 2014, um ano depois da aquisição por parte da L'Oréal da companhia brasileira Empório Body Store, que foi adquirida por meio da The Body Shop, para que fosse feita a transição e assim a marca britânica pudesse figurar então ao País. Por aqui, a marca vivia um momento de expansão por meio das franquias.

Na visão do analista Sênior da indústria de Beleza & Cuidados Pessoais da Euromonitor International, Nicholas Micallef, este desinvestimento por parte da L'Oréal com relação à The Body Shop não chega a surpreender. Ele ressalta que, enquanto diversas marcas de suas divisões avançam, especialmente as das divisões de Luxo, Professional e Ativos Cosméticos, a The Body Shop foi ficando para trás. 

"Em seu mercado doméstico, que também é o maior, o Reino Unido, o crescimento manteve-se bastante plano, girando em torno de 1% nos últimos anos, em comparação com 2-3% do total da empresa. The Body Shop apresentou um desempenho mais forte nos mercados asiáticos, como Índia e Indonésia, onde alcançou um CAGR de dois dígitos entre 2010 e 2015. Como um proprietário francês de uma marca britânica, puxar o 'plug off' do Reino Unido é provavelmente muito controverso, dado o legado britânico da The Body Shop. Simultaneamente, a atribuição de maiores recursos à marca na Ásia pode não ser a prioridade da L'Oréal. O foco da empresa é conquistar a China, que vem fazendo sucesso com Garnier, lançando a linha Ultra Doux em 2016. Além disso, a aquisição da Magic Holdings em 2014, ainda não rendeu bons resultados, e fazer desta aquisição um empreendimento valioso requer mais eficiência utilizando os recursos da empresa. The Body Shop é um negócio mais adequado nas mãos de um player de beleza que está buscando uma entrada de baixo custo na Ásia, e pode utilizar a marca britânica como um trampolim para a região", completou Nicholas.

Nesta quinta-feira (09/02), a L'Oréal deve apresentar seus resultados anuais e poderá confirmar suas reais intenções com relação à marca The Body Shop.
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