Rótulo, sleeve ou gravação?

Quais as vantagens e desvantagens de cada um?

Uma das dúvidas mais freqüentes quando se define uma embalagem para um produto cosmético é como comunicar os dados do produto, apelos de marketing, texto legal etc. Até pouco tempo, se fosse uma bisnaga era certo que o texto seria gravado, pela dificuldade de aplicação de um rótulo ou pelo alto custo e absurdas quantidades de compra mínima do sleeve. Hoje, o cenário é outro.

Na realidade, temos várias situações e vários questionamentos: o que é mais barato? Mais prático? Mais bonito? O que comunica melhor? Quais as vantagens e desvantagens?

Em qualquer uma das três opções citadas, existem vantagens e desvantagens. No caso do rótulo e principalmente do sleeve, a vantagem é o visual, as cores, o brilho, a comunicação. Ou seja, o primeiro quesito na decisão de compra do consumidor. Outra vantagem é o fato de se poder ter uma embalagem única e usar o rótulo ou sleeve de acordo com a necessidade e apenas na hora da produção. Isso é fundamental principalmente quando a variação para mais ou para menos na venda do produto é uma constante ou quando ainda não se conhece o histórico de venda.

Como desvantagem, se comparados com a gravação na embalagem, temos o preço mais alto e a quantidade mínima de compra estabelecida pelos fabricantes, que ainda é muito grande para as empresas de pequeno porte. Outra desvantagem é a aquisição do equipamento de aplicação do rótulo (rotuladoras) ou do sleeve (fornos). Essa desvantagem é minimizada pelas empresas terceirizadoras especializadas em aplicação de rótulos e sleeve.

A experiência conta
Um capítulo a parte na aplicação do sleeve são os fornos. Não é simplesmente pegar um forno que é usado para outras finalidades (shirink, por exemplo) e colocar para aplicar sleeve. O grande diferencial entre esses fornos é a necessidade de um sistema de ar quente no forno de aplicação de sleeve, que é exatamente o que vai dar o acabamento perfeito, eliminando as rugas oriundas do encolhimento. A velocidade da esteira, a temperatura do forno são outros detalhes importantes para se obter um bom encolhimento. Uma novidade são os fornos com sistema de vapor que melhoram muito o acabamento, eliminando completamente as rugas.

Com relação ao sleeve é importante observar o formato da embalagem para que o fornecedor possa indicar o percentual de contração adequado. Fundamental também é a escolha de um fornecedor com experiência no assunto. Fornecedores novos ou sem muita experiência podem ter um preço menor, porém com certeza vão trazer grandes transtornos na hora da aplicação do sleeve.

A gravação diretamente na embalagem também tem vantagens, porém, mais desvantagens. Como vantagem, temos o preço que é normalmente menor do que rótulo e sleeve, exceto quando se exagera na quantidade de cores, o que encarece a gravação. Outra vantagem é a quantidade mínima de compra. As gravadoras não exigem grandes quantidades por isso as empresas de pequeno porte ou produto de pouca vendagem nas empresas de grande porte, são gravados.

Como desvantagem, temos a aparência que fica limitada pela quantidade de cores, brilho etc. Também nesse caso, se não for uma boa gravação, não se consegue fazer a leitura do código de barras, quando existente, o que obriga a moça do caixa no ponto de venda a ter que digitar o código ao invés de proceder à leitura automática realizada pela máquina.

Outra grande desvantagem é ter que mandar gravar previamente e obrigatoriamente fazer estoque dessas embalagens gravadas. Se as vendas não acontecerem de acordo com a previsão (e isto não é raro), vai faltar ou sobrar embalagens gravadas. Mais uma desvantagem é o pequeno número de empresas que fazem gravação. Com o aumento das facilidades e as vantagens do uso de rótulos e sleeve, essas empresas estão desaparecendo. Além do que, também é muito difícil encontrar um fornecedor com know-how para realizar gravações de qualidade.

Cuidados especiais
Rótulo, gravação ou sleeve, o importante é antes de se definir por uma ou outra opção, visitar o fornecedor, saber pra quem ele fabrica, se tem máquinas adequadas, Controle de Qualidade, plano de amostragem, nível de qualidade aceitável (NQA) definido e principalmente se já fornece para empresas de cosméticos. Normalmente, as empresas que produzem o frasco, também fazem a gravação, mas existem empresas que só gravam sem fabricar.

Um detalhe importante no caso das empresas que fazem gravação é verificar o sistema de flambagem que é usado para abrir os poros da embalagem antes da gravação, para que a fixação da tinta seja perfeita. Uma embalagem não flambada ou gravada muito tempo depois de ser flambada vai com certeza soltar a gravação na mão do consumidor. Esse defeito é detectado no ato da inspeção no recebimento do lote, por meio do Scoth Test.

Ao se optar por rótulo é importante informar ao fabricante o material de composição da embalagem (PET, PVC, PP, PEAD, etc.). O material de composição do rótulo e também o tipo de adesivo a ser utilizado no liner (fita sobre a qual vêm fixados os rótulos), serão selecionados de acordo com o material de composição da embalagem. O BOPP (polipropileno bi orientado) é, hoje, o material mais usado na composição de rótulos pela sua transparência, brilho, facilidade de aplicação e compatibilidade com os tipos de plásticos. Outras opções são papel, PE, PP, vinil, etc. Podem ser auto-adesivos ou não.

Um cuidado especial deve ser tomado quando se usa rótulo em vinil, pois uma das características desse material é o encolhimento após a aplicação na embalagem. Com o encolhimento do rótulo, o adesivo fica exposto e permite a aderência de sujeira, deixando o produto com péssima aparência, principalmente quando a embalagem é branca e fica exposta no ponto de venda.

A área de aplicação do rótulo na embalagem deve ser cuidadosamente avaliada, sob pena de se aplicar o rótulo numa curva ou relevo da embalagem e não se conseguir a aderência desejada. Feitas as devidas observações com relação às vantagens e desvantagens para cada tipo de opção na comunicação da embalagem, cabe aos setores de MTK e custos da empresa definir que cara a empresa quer para seu produto.

*ANTONIO CELSO DA SILVA é diretor Industrial da Melfe Cosméticos, licenciada Payot e membro do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC).

Matéria publicada na revista Packing Cosmética No. 75. Para acessar a edição digital da revista, clique aqui.

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