Sem mascarar a realidade

Sem mascarar a realidade
Atualidade Cosmética ouve o que pensa consumidoras sobre as máscara para cílios. Os problemas, onde procuram novidades, entre outras considerações foram levantadas pelas usuárias  



Algumas mulheres a usam no seu dia dia, independentemente da ocasião. Outras apenas como mero complemento para o look. E há aquelas que a utilizam com o intuito de deixar os olhos dignos de passarela. Estamos falando aqui das máscaras para cílios, um dos itens que compõe a categoria de maquiagem, que tem muito apreço por parte das consumidoras e que foi escolhido para inaugurar a seção Focus Group em Atualidade Cosmética (a seção nasceu, originalmente, na publicação Packing Cosmética).

Fomos às ruas para descobrir o que elas pensam sobre este produto. Um item que, por conta de seu tamanho e consideração, está presente em praticamente todas as necessaires ou bolsas das mulheres. Mas, como com qualquer produto, nem tudo são flores para este item tão adorado.

São algumas questões que foram citadas por nossas entrevistadas, como por exemplo: dificuldade de remoção, o fato de borrar, não apresentar o resultado esperado, preço, entre outros. Por outro lado, destacaremos também outros aspectos. Entre os principais, estão o fato de as marcas nacionais serem bem elogiadas quando comparadas com as internacionais e também a grande importância que foi dada aos pontos de venda na hora da escolha e também para obter dicas.

Todas as informações apresentadas nesta matéria têm o intuito de auxiliar a indústria em diversos sentidos. E isso vale tanto para a indústria cosmética, como de matérias-primas e também de embalagem. Por mais que existam inúmeras ferramentas atualmente, muitas vezes é difícil ouvir o que pensam aqueles que estão na outra ponta da cadeia. E este é o principal objetivo da seção Focus Group, ou seja, dar ouvidos aos consumidores, para que falem abertamente o que acham de determinados produtos ou categorias.

Graus de importância
De um modo geral, a maquiagem é uma categoria em que o volume de compras por impulso é relativamente alto. Ao mesmo tempo, nossas entrevistadas mostram que a fidelidade também tem seu valor entre as marcas existentes de máscaras para cílios. Porém, estão sempre abertas a experimentação. Agora, na hora de comprar, há diversos quesitos que as consumidoras levam em consideração. Entre elas, a recomendação de conhecidos ou de pessoas de confiança ? como um vendedor ? é considerada, por exemplo, o fator mais importante para Geovanna Sonfilos, atendente de telemarketing, e para Luciana Saccone, dona de casa.

Mas há outros dois pontos que foram citados por praticamente todas as entrevistadas como "decisores de compra": a qualidade do pincel e da formulação. Para a jornalista Denise Bispo, a união entre esses dois quesitos forma o cenário ideal. ?A formulação é muito importante, porém se ela for boa e o pincel não for o que gosto, não compro. Prefiro escolher o conjunto formulação + pincel?, garante ela, que diz que, depois de qualidade da formulação e pincel, leva em consideração a marca, embalagem e o preço na hora da compra.

"É sempre bom um design moderno para o produto e o pincel firme também é um diferencial. Um design legal ajuda na hora da compra. Mas com certeza a fórmula para mim é mais importante do que a embalagem", emenda Luciana Saccone.

Ainda segundo Geovanna Sonfilos, o pincel é quem dá o volume, ou aumenta o tamanho. Por isso, afirma não se importar tanto com a embalagem e com a fórmula, mas fica atenta para evitar problemas de alergia. "Geralmente só uso máscara de uma marca porque já estou acostumada, mas não vejo problema em usar outras", diz. A fidelidade está associada à segurança na visão da jornalista Luciana Moglia. Ela, que busca em uma máscara durabilidade e um item que não borre e nem dê coceira nos olhos, observa que, como não tem tanto conhecimento em termos de formulação, confia em marcas de sua preferência. "A aparência do produto sempre estimula o consumo. Me agrado muito do pincel mais curvado", acrescenta.

A designer Patrícia Marin também faz menção à embalagem e ao pincel, na hora de optar por uma máscara para os seus cílios. Mas é outra que pontua o peso que exerce a fidelidade. "Dou preferência para marcas conceituadas. Dessa forma, não preciso me preocupar tanto com o conteúdo e fico livre para escolher o pincel e embalagem que mais me agrada. Porém, o último eu escolhi pela marca, por não testar em animais", recorda, dizendo que geralmente costuma trocar de marca ou modelo quando o produto acaba ou vence, visando a experimentação.

Se para Denise Bispo a fórmula ideal para uma boa máscara é composta por formulação e pincel, para Ingrid Ramona, que busca recolocação no mercado, essa equação deve conter qualidade e preço. Para ela, é possível sim encontrar bons produtos por um bom preço. Diz ainda que o formato do pincel pode interferir na sua compra, mas destaca que de nada adianta o pincel ser bom e a embalagem bonita, se a formulação não for boa ou causar alergias. "Gosto de um aspecto volumoso, mas, ao mesmo tempo, natural", adiciona. Ingrid garante que encontra esta fórmula ideal, de qualidade e preço, em uma marca nacional. "Sou aberta a experimentar sim, porém essa marca nacional tem um ótimo custo benefício e seus produtos atendem a grande parte de minhas expectativas."

Conselhos e referências
Nossas entrevistadas já falaram o que priorizam na hora de escolher ou comprar uma máscara. Mas, além de buscar esses atributos, onde essas usuárias procuram conhecer novos produtos quando estão atrás de novidades na categoria? As respostas não chegaram a surpreender tanto, mas é interessante enfatizarmos que, apesar do aumento considerável de ferramentas virtuais (internet e blogs), o trabalho realizado nos pontos de venda segue bem conceituado entre as amantes de máscaras para cílios. Para a designer Patricia Marin, o contato com o produto no PDV é fundamental para conhecer uma nova máscara. "Geralmente compro quando alguma embalagem me chama atenção e eu estou precisando do produto. Posso até ver e ler em algum site sobre, mas compro só depois de ver nas mãos", situa. Além das lojas e seus mostruários, também foram mencionados por elas: publicidade em revistas e TV, indicação de amigas e, claro, internet e blogueiras.

O ponto de venda também segue bem avaliado quando o desejo de nossas consumidoras entrevistadas é ter conhecimento de como realizar alguma experiência para obter diferentes resultados com as máscaras. Com a experiência de residir em Londres, na Inglaterra, Monica Lino, executiva de Marketing, conta que as lojas também são seu local preferido quando está buscando uma nova experiência. Revela ainda que usa diferentes modelos ou marcas quando deseja ter efeitos distintos. "Normalmente tenho duas máscaras diferentes, uma de volume e outra de alongamento."

Nessa busca por experiências, algumas de nossas consumidoras afirmaram "agir por instinto? sozinhas, procurando seguir sua intuição após terem contato com a máscara em um PDV, por exemplo. Outras não esconderam que fazem questão de irem atrás de dicas na internet ou oriundas de blogueiras. "Vejo em blogs, recomendações, ou até mesmo testo sozinha", inclui Geovanna Sonfilos. ?Também faço testes, mas a internet realmente me auxilia muito com tutoriais, experiências e até mesmo algumas técnicas que eu não conhecia?, contorna Ingrid Ramona. Sobre isso, Denise Bispo pondera: "Com todo o respeito, mas hoje não confio na maioria das blogueiras para dar dicas de produtos. Mesmo que elas tenham cílios impecáveis, vou desconfiar se é da marca que pagou para fazer aquele post ou se é o que ela de fato gosta. O meio que procuro é testar sozinha. Matérias na internet (não blogs) ajudam se a marca for desconhecida."

"Borrões" à vista
As experiências ruins com máscaras para os cílios também foram relatadas por nossas entrevistadas. Monica Lino observa que o problema que mais lhe incomoda neste tipo de produto é a dificuldade em retirá-lo com desmaquilhante. "O que mais me incomoda nesse aspecto é que algumas marcas borram muito quando a gente aplica a máscara e, na hora de tirar, dá um certo trabalho. Fora alguns que irritam os olhos causando alergia", corrobora Luciana Saccone, adicionando mais um problema, que também foi levantado por Luciana Moglia. "Os pincéis costumam decepcionar ou surpreender. Mas quando dá alergia, aí não dá para usar e nem repetir o erro", complementa Patricia Marin.
Já Geovanna Sonfilos reclama que quase nunca o resultado alcançado com as máscaras é aquele prometido pelas marcas. "A maioria tem a famosa ?propaganda enganosa?, que promete deixar os cílios de uma forma e na realidade não tem um efeito em especial ou prometido", considera a atendente de telemarketing.

Denise Bispo fala de outra complicação existente com as máscaras para os cílios: o endurecimento do conteúdo. Ela conta que utiliza uma máscara de uma marca multinacional que, segundo ela, reúne qualidade, um bom pincel e preço, e que até hoje nunca endureceu. "Há marcas que sonho em usar, mas são extremamente caras", considera. "O principal problema é o preço, pois quando a fórmula é mal produzida e tem um alto custo, tende a endurecer. Dessa forma, não dá um bom proveito ao produto, nem um bom custo/benefício", concorda Ingrid Ramona.

Locais vs Importadas
Quando questionadas a respeito sobre como veem as diferenças existentes ? sob diversos aspectos ? entre marcas nacionais e internacionais, nossas consumidoras ficaram bem divididas. Há quem diga não enxergar diferenças entre ambas, como Geovanna Sonfilos. Luciana Saccone crê que a diferença entre elas esteja somente no preço e elogia as opções nacionais existentes. "Tem muita marca nacional melhor que as internacionais", fala. "Acho que há diferenças especialmente com relação à durabilidade e alergia. Creio que temos boas marcas nacionais que fazem frente às internacionais", compactua com a xará, a jornalista Luciana Moglia.

Na outra mão, Ingrid Ramona opina dizendo que há grande diferença em termos de qualidade e preço. "Geralmente as marcas internacionais são bem melhores do que as brasileiras, dando um melhor acabamento e trazendo uma maior durabilidade", conceitua ela, que cita o exemplo de uma marca internacional, falando que tem um bom custo beneficio e traz ótimos resultados em ocasiões mais especiais. "Isso até mesmo quando vou a piscinas e quero uma máscara à prova d?água, pois ela geralmente cumpre o que promete", elogia. Patricia Marin, discorre sobre uma marca nacional que possui ?embalagens incríveis? e sobre duas internacionais ? que estão presentes no Brasil, cujo considerou-as "muito boas". Por fim, Denise Bispo afirma que utiliza duas marcas internacionais que são mais populares, mas reforça o desejo em experimentar outras três marcas internacionais de máscaras, mas que atuam no segmento mais premium.
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