Extrafarma negocia venda de parte da empresa para financiar expansão

Rumores do mercado anunciam que a rede de farmácias Extrafarma, braço varejista do grupo paraense Imifarma, negocia a venda de 30% da empresa com quatro fundos de investimento, o Texas Pacifics Group (TPG) e Warburg Pincus, ambos norte-americanos, além do Kinea, do Itaú, e o 3i da Inglaterra. De acordo com apurações do jornal Valor Econômico, o negócio deve ser decidido até março. O jornal ainda revelou que a parceria deve ser mantida por 5 anos, e que a empresa estuda a possibilidade de fazer  uma Oferta Pública de Ações (IPO na sigla em inglês), nesse período.

A venda de parte da empresa faz parte da estratégia do grupo de crescer organicamente em dois mercados estratégicos para o varejo farma brasileiro, o Norte e Nordeste, mercados onde a competição é menor e as margens mais altas. O plano da rede é abrir 70 lojas até 2016.

Inaugurada na década de 60 por Pedro de Castro Lazera, a Imifarma começou originalmente como distribuidora de medicamentos e, apesar de responder apenas por 15% do faturamento do grupo, que pretende bater a marca de R$ 1 bilhão este ano, ela ainda é uma das maiores empresas de distribuição de medicamentos e produtos farmacêuticos da região. Em 1997, com a compra de 7  lojas no Pará, a Imifarma inciou suas operações no varejo, e  possui, atualmente, 175 lojas espalhadas pelos estados do Amapá, Ceará, Maranhão, Pará e Piauí.

No ano passado, a BRPharma, empresa do varejo farma pertencente ao BTG Pactual, que também possui uma forte estratégia de crescimento embasada no investimento e atuação nos mercados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, inciou uma negociação para a compra da Extrafarma, porém, o negócio não foi para frente.

Os rumores sobre a venda de parte do grupo nortista aparecem em um momento de agitação e mudanças para players que atuam no varejo farma. Há menos de 15 dias, a Profarma, grupo que como a Imifarma atuava no segmento de distribuição de medicamentos, anunciou a compra das redes Drogasmil e Farmalife, ambas pertencentes ao grupo mexicano Casa Saba, marcando assim sua entrada no varejo. Semana passada, o mercado foi surpreendido novamente. Dessa vez, a Profarma anunciou a compra de 50% da Drogaria Tamoio, que assim como a Drogasmil e Famralife, atua no mercado fluminense.

Soma-se a isso as constantes fusões e aquisições observadas desde 2011, quando as paulistas Raia e Drogasil anunciaram a fusão, assim como a Drogaria São Paulo e a carioca Pacheco, além das diversas aquisições que alavancaram o crescimento da BRPharma nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, de redes líderes em seus mercados como a Sant'ana na Bahia, a brasiliense Rosário e a Big Ben, principal concorrente da Extrafarma no Pará. Antes da compra pela BRPharma, no início de 2012, a Big Ben e a Extrafarma chegarama abrir trativas para uma possível fusão.

Essa “corrida do ouro”, que toma conta do varejo farmacêutico brasileiro, é facilmente explicada pelos números do setor, que demostram que o negócio cresceu e se modernizou nos últimos anos, mas que ainda, tem espaço para faturar e expandir muito mais. Espera-se que o varejo farmacêutico brasileiro salte da sua atual sétima colocação no ranking mundial, para o quinto maior mercado em 2015. Isso quer dizer que os próximos anos devem ser extremamente promissores para esse segmento, que foi amplamente beneficiado pelo aumento da renda da população, pela redução da desigualdade e pelo alargamento da classe C, que responde por 42% das vendas desse mercado. O aumento do faturamento do canal de 2008 para cá cresceu espantosos 41%, de R$24 bilhões para R$ 43,9 bilhões.

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