Mercado de beleza dos EUA deve sofrer maior queda nas vendas em mais de 60 anos

Mercado de beleza dos EUA deve sofrer maior queda nas vendas em mais de 60 anos
A empresa de pesquisas Kline alertou que a venda de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos nos Estados Unidos, um negócio de US$ 75 bilhões, deve sofrer a maior queda nas vendas já registrado nos mais de 60 anos em que a empresa acompanha o mercado por conta do Coronavírus.

As novas previsões publicadas pela Kline em relatório especial sobre o tema publicado no final de março, indicam um declínio de 2,5% em 2020 como o resultado mais provável dentro a atual conjuntura. No melhor cenário previsto pela Kline, o mercado apresentaria um avanço de 1,5% neste ano; já no pior cenário, a queda seria de impressionantes 8,1 %. E, de acordo com a empresa, dado o estado atual da pandemia, com os lockdowns avançando pela primavera e podendo se aproximar dos meses de verão, o pior cenário traçado pela empresa, de fato, pode se tornar o cenário mais provável.

"Dada a situação sem precedentes que está se desenvolvendo globalmente, com uma crise de saúde e, também, financeira, não é de se surpreender que o mercado de beleza sofra seu pior desempenho agora", diz Carrie Mellage, vice-presidente da área de Produtos de Consumo da Kline. Ela também acredita que mesmo o nosso pior cenário, de queda de 8%, provavelmente não parece muito acentuado dado os dias sombrios que estamos vivendo. Mas, como ela lembra, existem categorias de produtos essenciais suficientes no mix de beleza para segurar o mercado".

Antes da pandemia, a Kline acreditava em um crescimento anualizado de 3,8% até 2023.

Até aqui, a queda de 0,9% apresentada pelo mercado em 2009, na esteira da grande crise financeira de 2008, era a maior já registrada pela Kline. A única outra vez na qual a empresa de pesquisa identificou queda nas vendas foi em 1991, quando as vendas caíram 0,3% em meio a outra recessão.

A análise da Kline agrupou as categorias de beleza em quatro grupos.

Categorias de resgate, como desinfetantes para as mãos e sabonetes líquidos para as mãos, que experimentarão picos nos níveis de consumo.
Itens básicos do dia a dia, como shampoos e desodorantes, devem seguir sendo consumido pelos consumidores mais ou menos como de costume.
Soluções calmantes, como itens de cuidados faciais e esmaltes, que devem recuar no curto prazo mas podem se beneficiar à medida em que  o consumidor recorra a elas como um tratamento ou como uma forma de manter ou estabelecer a parte da rotina que elas ainda podem controlar
Categorias que podem esperar, incluindo fragrâncias e maquiagem, que deverão ter redução drástica durante o período de distanciamento social e tendem a continuar a sofrer durante as consequências econômicas nos próximos anos.

"O mercado de cosméticos, sem dúvida, sofrerá em 2020 e nos próximos anos. Esperamos que ele se recupere dentro de três a cinco anos, como ocorreu em todas as recessões passadas", acredita Mellage.

Por fim, a vice-presidente da Kline lembra que em comparação com outras indústrias, o mercado de beleza é bastante resiliente à recessão e que os seus produtos continuarão sendo desejados pelos consumidores, seja para atender às necessidades básicas do dia a dia, quanto para uma indulgência. Segundo a Kline, historicamente, a "teoria do batom" (estabelecida por Leonard Lauder) se mostrou verdadeira, com batons (durante as quatro recessões de 1973 a 2001) e maquiagem de olhos (na mais recente recessão de 2008-2009) apresentando um desempenho excepcional durante os períodos de recessão. "Talvez desta vez também tenhamos outro vencedor no mix", conclui Mellage.
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