Virada de chave

Virada de chave

Homenageada na 30ª. Edição do Prêmio Atualidade Cosmética, Dirce Villas Boas Grotkovsky, há décadas na condução da Payot, fala sobre o momento de reposição da marca que esse ano completa setenta anos de atividade no Brasil

Prestes a completar sete décadas de atividade no país, a Payot vive um momento de renovado vigor no mercado brasileiro. A trajetória da empresa ao longo de todos esses anos foi marcada por inúmeros desafios, conquistas e, principalmente, perseverança da sua presidente e proprietária. Exemplo de resiliência e coragem para enfrentar os diversos contratempos que costumam marcar a trajetória de empresários brasileiros que ultrapassaram diferentes momentos da vida social, política e econômica brasileira, Dirce Villas Boas Grotkovsky é dona de uma trajetória impressionante. Desde a década de 1970, ela conduz a Payot pelo cada vez mais competitivo mercado de beleza brasileiro. 

Mas a história de Dirce no mercado de beleza é muito anterior. “Comecei minha vida profissional na área como supervisora de vendas de uma empresa que ainda estava iniciando suas operações no Brasil, a Avon. Depois fui para a Coty, exercendo o mesmo cargo. De lá, saí como Supervisora Nacional”, lembra a empresária.

A entrada da Payot na sua vida se deu de maneira inesperada. Fundada na França, em 1920 como um laboratório no qual químicos especializados formulavam produtos cosméticos sob a supervisão da doutora Nadine Georgine Payot, a marca chegou ao Brasil no ano de 1953. Em 1969 Dirce se viu com a oportunidade de comandar a marca por aqui surgiu. Um amigo francês, querendo voltar para o seu país, ofereceu a empresa a ela, que junto com o seu marido, Silvio Grotkovsky, aceitou o desafio de ser dona do seu negócio e administrar a empresa que ficava em Campinas, no interior de São Paulo.

A empresária não se dobrou diante do desafio. O respeito do qual a marca Payot ainda desfruta, como um respeitável nome entre as grandes marcas do mercado cosmético no Brasil, se deve em grande parte à sua perseverança e capacidade de condução. O que não significa que os primeiros anos tenham sido dos mais fáceis. “Foi muito difícil essa mudança de posição, mas eu já tinha muita experiência na indústria da beleza o que colaborou bastante no processo”, conta a empresária. "Tivemos muita coragem e ousadia de assumir, uma marca forte como a Payot, e me orgulho muito ao ver que, naquela época, já adotávamos uma postura inovadora nos pontos de venda, colocando consultoras de beleza para atender ao consumidor e saber de suas necessidades e anseios, um importante diferencial que se mantém até hoje", rememora a empresária.

Os desafios não se restringiram apenas aos primeiros anos. Tendo conduzido a empresa por inúmeros choques externos, planos econômicos, moedas e mudanças no ambientes de negócios ao longo dos 50 anos da sua gestão, os problemas surgiram naturalmente, mas não impediram o avanço da empresa. “Os desafios enfrentados foram muitos. E, se superamos todos, foi por nossa confiança e conhecimento quanto ao valor, qualidade e respeito da marca Payot. Passamos por diversas fases na política. Mudanças de governo, de moeda, grandes lojas fechando, em momentos de crises e tudo mais. Mas, conseguimos atravessar com perseverança e chego a ser grata pelas dificuldades que passamos, pois elas nos renderam mais força, experiência e coragem pra seguir em frente”, alegra-se.

Momento de recolocação no mercado
Nos últimos anos, a Payot vem sendo reconhecida pelo seu projeto de reposicionamento no mercado nacional, apostando na popularização da marca junto a um novo público consumidor e apostando nas novas mídias e na revolução tecnológica para se firmar junto aos jovens. “Estamos passando por mais um momento de mudança de mercado consumidor. Foi preciso acompanhar novos consumidores e mídias, como as redes sociais, influenciadores digitais e todo esse novo universo que se descortina. Assim como aprendemos com os percalços e desafios de nosso histórico, tudo isso também faz parte de um grande processo de aprendizado. Decidimos, então, renovar nossa comunicação e dar início a uma nova fase da marca. Sem abandonar, claro, a missão que sempre nos moveu que é a de cuidar e responder às necessidades de nosso consumidor com qualidade e respeito”, reforça Dirce.

Foi justamente nesse momento de reafirmação dentro do mercado e mudanças estratégicas que Dirce e a Payot tiveram contato com a influenciadora Bianca Andrade, a Boca Rosa, dando início a uma parceria que marcaria de forma definitiva uma mudança de rumos para a empresa. “Me impressionou muito o fato de ela ser jovem, quase menina, cheia de ideias e com uma inabalável vontade de vencer. Decidimos nos unir e trabalhar para que o sonho dela se concretizasse e, ao mesmo tempo, enxergamos nela uma ponte para que a Payot abraçar novas possibilidades e se comunicar com o público mais jovem, entende-lo nas suas mais profundas necessidades e também nos encaixarmos nessa nova realidade que é a internet”, entusiasma-se a dona da Payot.

O lançamento da maquiagem “Boca Rosa by Payot” representou uma virada de chave para a Payot e cumpriu um importante papel nessa nova fase. O papel de Bianca Andrade nessa parceria envolve fornecer o seu nome, que já está consolidado no mercado, para divulgação e estabelecer uma parceria entre as marcas. “Fizemos um lançamento lindo do Boca Rosa by Payot, desde então, contabilizamos quatro anos de sucesso”, comemora Dirce.

Hoje os produtos com a marca Payot, englobando itens de tratamento facial, corporal, capilar, gestante, solar e maquiagem, figuram em mais de cinco mil pontos de venda do varejo de Norte a Sul do Brasil, além de muitas lojas virtuais.

Ainda em um momento de profunda transformação e reinvenção, torna-se inevitável a pergunta: quais os próximos passos que a Payot pretende dar para se manter relevante e competitiva no mercado? Ao que Dirce responde: “Estamos em uma fase de mudança de portfólio e fazendo uso de toda a tecnologia disponível para continuar oferecendo às nossas consumidoras o nosso melhor. Este ano a Payot completa setenta anos de existência e temos muito a comemorar”, conclui.

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